11 de mai. de 2014

WEB NOVELA: Por Você 1° capítulo



    _ Com licença Doutor Fernando.
    _ Toda, sente-se Júlia. Está pronta?
    _ Creio que não há como!
    _ Sem mais demora, Júlia nós já fizemos os exames respeitando um determinado período para não haver erros e já tenho o resultado.
    Júlia estava apertando uma mão contra a outra, as vezes a mão escorregava de tanto suor, ela abaixou a cabeça e pediu para que o médico falasse.
    _ Você é soro positivo!
    _ Não pode ser!
    _ Você é portadora do vírus HIV, você e outras tantas. São milhões de infectados, você poderá viver normalmente!
    _ Não importa se a ciência avançou, saber disso é um peso e agora vou ter que me cuidar sempre. Além disso, a forma que eu me contaminei... nunca esquecerei!
    _ Desculpe a intromissão, mas você não me disse como foi.
    Júlia se levantou, pegou os exames e abriu a porta, antes de sair disse:
    _ Estupro Doutor!
    Ela saiu andando sem rumo, estava com a face inchada e pensamentos longes. Ela entrou numa estação de metrô e sem noção alguma pegou o primeiro trem que passou. O terminal não lhe importava, apenas olhava para a janela do metrô fixamente, como se houvesse algo para ser visto. Mas havia, um passado triste.

Júlia estava sozinha em casa, ela preparava um sanduíche quando escutou um objeto cair, ela foi até a porta que dava para um corredor e não viu nada. Quando se virou para a pia ele a agarrou e começou a beijá-la. Ele estava de meias, calça e sem camisa. Ele a acariciava com uma mão e a imobilizava com a outra enquanto dizia que a desejava e que de hoje não passaria. Ele rasgou seu vestido a deixando somente com uma calcinha vermelha de renda. _ Seu estúpido! Não venha com gracinhas novamente! _ Júlia começou a tremer e estava nitidamente com medo. Ele abaixou as calças junto com a cueca, nu e ereto, ele agarrou Júlia e começou a beijar o seu pescoço. _ Que nojo, eu vou gritar, vou colocar você na cadeia, me solte! _ Ele a empurrou contra a parede e deu-lhe um tapa no rosto fazendo com que caísse no chão. Ele deitou por cima do corpo dela, com a mão posicionou a calcinha e a força começou a penetração. _ Não... pare... Deus... Diego socorro!!! _ Em poucos segundos ele gritou de prazer, vestiu as calças e saiu do apartamento. Ela ficou lá, jogada no chão, esparramada, sem forças para chorar ou se mexer. Vergonha, medo, nojo, desespero.


“A tarde consumida nojenta
Hipócrita mal servida deixa
No ar sensação de culpa. 
Sexo abrupto perverso, mal feito!
Corpo lacerado humilhado, caído
Na sarjeta da indignação! 
Dignidade ferida agonizante
Ato apavorante! À tarde segue
Consumada deitada morta-viva
Chorosa. Nas pernas da noite
O covarde, saindo escondido
Impune e sorrindo!”
Paulo César Coelho

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    Júlia desceu do metrô e encontrou com Gabriela, sua melhor amiga.
    _ Oi Ju! Você não está bem, o que houve?
    Júlia não conseguia falar, ela apenas olhava para o alto.
    _ Meu Deus! Era hoje, você foi pegar o resultado...
    Júlia não conseguiu dizer nada. Ela largou os papeis deixando-os cair no chão e começou a chorar, Gabriela a abraçou e também começou a chorar.

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    Já era noite e Gabriela com muito custo conseguiu levar Júlia para um barzinho onde Diego, o namorado de Júlia, costumava a cantar pagode.
    _ Não acredito que estou aqui!
    _ Não quero minha amiga na depressão. Júlia você fez bem em vir, só acho que poderia ter se arrumado melhor.
    _ Com quem você estava falando na república?
    _ Com ninguém Ju, devia ser a TV.
    _ Espero que sim, não quero que conte para ninguém da minha doença e nem da minha decisão!
    _ Você não pode fazer isso! Essa sua atitude vai fazer muita gente sofrer...
    _ Melhor assim.
    Neste momento, Diego, que estava num pequeno palco com os amigos de sempre, se levantou e disse:
    _ Galera, gostaria da atenção de vocês. Obrigado. Eu ainda não sei o motivo, mas sei que a minha namorava está confusa e querendo ir embora, puxa amor, sem me avisar? Não sei qual o problema, sei que não fiz nada e confio em você, mas precisamos conversar. Dedico essa canção a você amor.




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